MEMORIA DE ALFABETIZAÇÃO
Este memorial busca relatar meu
processo de alfabetização enfatizando minhas experiências com a escrita e a
leitura, buscando desta forma relumbrar tais momentos para auxiliar no processo
de aprendizagem durante a apropriação e sistematização dos códigos
linguísticos. Essa
atividade foi proposta pela disciplina de Alfabetização I do curso de
licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.
O início da minha vida escolar se
deu quando eu tinha quase três anos, eu sempre fui muito desenvolvida, quando
fui para a escola já sabia algumas coisas, já falava explicadamente e conseguia
desenvolver bem as atividades. Durante todo o meu percurso escolar estudei em
escola particular, sempre com muito incentivo dos meus pais. Passei por diversos
ambientes de aprendizagem, meu pais sempre buscavam escolas de qualidade em
todo os pontos, do ensino até o lazer, meu primeiro contato com a leitura e
escrita foi ainda em casa com o auxílio da minha mãe e fui aperfeiçoando isso
ao longo dos anos na escola. Nos
primeiros anos estudei em uma escola de bairro chamada Sorriso de Criança, e ao
decorrer desse tempo minha mãe me incentivava em casa, sempre me auxiliando nas
atividades destinadas para casa e também outras feita por ela. Depois passei a
frequentar a escola Futuro Ideal, onde não permaneci durante muito tempo e me
recordo muito pouco dos acontecimentos, logo após fui para outra escola chamada
Anjos do Saber que foi onde eu fui alfabetizada, o nome da minha professora era
Noeli e mantenho contato com ela até hoje, eu dividia a sala com alunos de
diferentes faixas etárias, mas consegui ser bem alfabetizada a professora era
muito dinâmica e prestativa, sempre atenciosa para ajudar na aprendizagem e
isso facilitou bastante. Me recordo muito bem de como adorava as atividades
impressas com cheiro de álcool, era o auge da aula quando a professora
entregava aquela atividade, pois no tempo era algo raro. Tive uma alfabetização
muito tranquila, apesar de mudar de escola frequentemente por diversos motivos,
mas sempre me adaptei muito bem, após alguns anos nessa escola eu passei a
frequentar a escola Pequeno Ser, onde estudei por dois anos, dessa escola
lembro pouca coisa, o que marcou mesmo foi uma professora chamada Neia, foi o
primeiro professor que não gostava, ela era muito grossa e não tinha paciência
para ensinar, por isso tive algumas dificuldades durante o ano. Depois dessa
fase mudei de escola novamente, passei a frequentar a escola Lazer Infantil, lá
vivi bons momentos e já era um pouco pedagoga, lembro-me de uma professora
chamada Sara que sempre na sexta feira reservava um momento da aula para que um
dos alunos pudesse ir a lousa ensinar algo que aprendeu e achou interessante
compartilhar com a turma, eu sempre ia, eu tinha por volta de 9 anos e já adorava brincar de escolinha com
os primos mais novos. Nessa escola permaneci até o fim do fundamental.
Quando estava na chamada 2º serie
houve uma mudança na escola, não era mais uma sala de aula e um professor para
todas as disciplinas, era uma sala e um professor para cada disciplina, o que
não funcionou muito bem, pois tínhamos que mudar de sala diversas vezes durante
a manhã. De forma geral eu fui alfabetizada muito bem, aprendia ler e escrever
sem dificuldades e bem rápido, obviamente que o apoio dos meu pais e
professores tornou tudo mais fácil, nesse tempo os professores incentivavam os
alunos, hoje infelizmente não é da mesma forma e isso quase não acontece.
Quando fui para o ensino fundamental II senti um pouco mais de dificuldade, era outro mundo
pra mim, senti mais nas disciplinas que envolviam cálculo, foi a partir daí que
comecei a odiar matemática, e até hoje detesto, enfrentei a dificuldade de ir
para uma recuperação na 7º série. Eu estudava no Colégio Piaget, era uma escola
muito boa, o sistema, os professores eram de qualidade e toda equipe muito
atenciosa, infelizmente a escola foi fechada e então tive que me mudar
novamente de escola. Então na 8º série fui para o Colégio Social, uma escola
renomada na cidade, mas eu tive um baque muito grande com a metodologia de
ensino de lá, eram apenas três unidades e tinha que fechar 30 pontos ao fim da
unidade, no início senti demais , entretanto depois fui me adaptando, lá cursei
o início do ensino médio também, depois fui para outro colégio, prefiro não
comentar sobre meu ensino médio, foi experiência traumatizante na minha vida
escolar.
Ressalto novamente aqui que tive uma
ótima alfabetização, sempre gostei de ler e escrever, principalmente na fase do
ensino fundamental I e II. Eu gostava muito de atividades lúdicas, as
atividades monótonas não prendem minha atenção e acabam me dispersando, até
hoje, sempre fui muito ativa, então eu gostava de participar, de contribuir com
a aula. Fui alfabetizada através do método silábico, sempre com repetições, muita caligrafia e ditados, desde o início da vida escolar até o alcance da leitura e escrita foi dessa maneira tanto na escola quanto em casa. De forma geral não tive nenhuma
aula marcante, foram momentos que passei que me marcaram e fizeram diferença na
minha aprendizagem. Ao decorrer da minha vida escolar tive professores
maravilhosos que me ajudaram a crescer academicamente e pessoalmente e também
tive professores muito ruins que despertaram em mim a vontade de superar e hoje
levo isso com a certeza de que não quero cometer esses erros com meus alunos.
Foi interessante a proposta desse memorial, recordei de fatos que não passavam
em minha mente a muito tempo, e deu uma certa saudade de alguns professores,
buscando em minha memória estes fatos vejo os pontos positivos de professores e
escolas que levarei para minha vida profissional enquanto educadora.
Para finalizar trago uma frase da esplêndida Emília Ferreiro "A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade. Como objeto cultural, a escrita cumpre diversos funções de existência." Essa é uma frase que levo pra vida, pois há uma riqueza enorme nessas palavras, a educação está se tornando algo robotizado e não é esse o objetivo, hoje afirmo com toda a certeza do mundo não quero que os meus alunos sejam analfabetos funcionais, eu quero formar cidadãos participantes e críticos.
Me identifiquei muito com a parte da professora que era grossa, também tive uma assim. Mas assim como você, também optei por torna-la motivação e exemplo do que eu nunca devo ser como pedagoga. Excelente memoria, parabéns!
ResponderExcluirObrigada meu bem! Precisamos mesmo usar como motivação!
ResponderExcluirSua narrativa está bem escrita e organizada. A partir do que você descreveu, qual a teoria de alfabetização você acredita que permeou esse período?
ResponderExcluirAh! Coloque imagens para potencializar a narrativa.
Adorava as atividades impressas com cheiro de álcool também rs.
ResponderExcluirMuito interessante que aos noves anos já podia perceber seu lado pedagoga. Gostei muito da sua memória, bem articulada e você trouxe uma citação brilhante de Emília Ferreiro!
Parabéns pela sua memória, sucesso na sua caminhada!